O executivo Murilo Ferreira foi indicado pelos acionistas controladores da Valepar para substituir Roger Agnelli na presidência da Vale, segundo comunicado divulgado ao mercado. A decisão foi tomada na noite desta segunda-feira (4) em reunião de acionistas da companhia, que é controladora da mineradora.
A Valepar é a principal acionista da Vale, com 53,5% das ações ordinárias (com direito a voto) da mineradora. A Litel, formada pelos fundos de pensão, tem, por sua vez, 49% da Valepar. A Bradespar, comandada pelo Bradesco, tem outros 21,21%; enquanto o Mitsui e o BNDESpar têm, respectivamente, 18,24% e 11,51% da controladora da Vale.
"Nesta oportunidade, os acionistas da Valepar reiteram seu reconhecimento ao Roger Agnelli pelo sucesso na condução da Vale nesses últimos anos, contribuindo para que a Vale alcançasse a posição de destaque que desfruta atualmente, no País e no exterior", afirma o comunicado assinado por Guilherme Perboyre Cavalcanti, diretor executivo de Relações com Investidores.
O executivo
Murilo Ferreira tem 58 anos e é graduado em Administração de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV-SP), com pós-graduação em Administração e Finanças pela FGV do Rio de Janeiro e especialização em M&A pela IMD Business School, em Lausanne, na Suíça.
O executivo tem mais de 30 anos de experiência no setor de mineração, tendo ingressado na Vale em 1998 como Diretor da Vale do Rio Doce Alumínio - Aluvale, atuando em diversos cargos executivos até sua saída em 2008, quando atuava como presidente da Vale Inco (atual Vale Canadá) e Diretor Executivo de Níquel e Comercialização de Metais Base da Vale, quando foi substituído por Tito Martins.
Saída de Agnelli
A campanha pela saída de Roger Agnelli da presidência da Vale, cargo que o executivo ocupa desde 2001, começou ainda em 2008, durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, quando, durante a crise econômica, a Vale demitiu quase 2 mil trabalhadores, medida que irritou o governo. Até aquele momento, o presidente e Agnelli mantinham uma relação próxima.
Em 2009, Lula criticou a Vale, defendendo que a empresa precisava exportar mais valor agregado, não apenas minério de ferro.
Embora a Vale tenha sido privatizada em 1997, o governo exerce influência na companhia por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e de fundos de pensão de empresas estatais liderados pela Previ (dos funcionários do Banco do Brasil), que são acionistas da mineradora. Junto com a Bradespar (empresa de participações ligada ao Bradesco) e da trading japonesa Mitsui, eles controlam a Vale.
O mercado teme que haja interferência política na Vale que, sob o comando de Roger Agnelli, chegou à posição de segunda maior mineradora do mundo e maior exportadora brasileira. Em 2010, a empresa registrou lucro de R$ 30,1 bilhões, “o maior da história da mineração”, segundo a companhia.
A preocupação é que a mineradora possa orientar suas ações mais para atender aos objetivos do governo, prejudicando os acionistas.
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A indicação depende da aprovação do Conselho de Administração da Vale. Se aprovada, Ferreira assume o posto de diretor presidente a partir do dia 22 de maio, após o fim do mandato de Agnelli.
A Valepar é a principal acionista da Vale, com 53,5% das ações ordinárias (com direito a voto) da mineradora. A Litel, formada pelos fundos de pensão, tem, por sua vez, 49% da Valepar. A Bradespar, comandada pelo Bradesco, tem outros 21,21%; enquanto o Mitsui e o BNDESpar têm, respectivamente, 18,24% e 11,51% da controladora da Vale.
"Nesta oportunidade, os acionistas da Valepar reiteram seu reconhecimento ao Roger Agnelli pelo sucesso na condução da Vale nesses últimos anos, contribuindo para que a Vale alcançasse a posição de destaque que desfruta atualmente, no País e no exterior", afirma o comunicado assinado por Guilherme Perboyre Cavalcanti, diretor executivo de Relações com Investidores.
O executivo
Murilo Ferreira tem 58 anos e é graduado em Administração de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV-SP), com pós-graduação em Administração e Finanças pela FGV do Rio de Janeiro e especialização em M&A pela IMD Business School, em Lausanne, na Suíça.
O executivo tem mais de 30 anos de experiência no setor de mineração, tendo ingressado na Vale em 1998 como Diretor da Vale do Rio Doce Alumínio - Aluvale, atuando em diversos cargos executivos até sua saída em 2008, quando atuava como presidente da Vale Inco (atual Vale Canadá) e Diretor Executivo de Níquel e Comercialização de Metais Base da Vale, quando foi substituído por Tito Martins.
Saída de Agnelli
2001 | 2010 | |
Lucro líquido | US$ 1,3 bilhão | US$ 17,3 bilhões |
Produção de ferro (em milhões de toneladas métricas) | 134,3 | 297,0 |
Valor de mercado | US$ 9,3 bilhões | US$ 176,3 bilhões |
Exportações | US$ 3,3 bilhões | US$ 29,1 bilhões |
Em 2009, Lula criticou a Vale, defendendo que a empresa precisava exportar mais valor agregado, não apenas minério de ferro.
Embora a Vale tenha sido privatizada em 1997, o governo exerce influência na companhia por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e de fundos de pensão de empresas estatais liderados pela Previ (dos funcionários do Banco do Brasil), que são acionistas da mineradora. Junto com a Bradespar (empresa de participações ligada ao Bradesco) e da trading japonesa Mitsui, eles controlam a Vale.
O mercado teme que haja interferência política na Vale que, sob o comando de Roger Agnelli, chegou à posição de segunda maior mineradora do mundo e maior exportadora brasileira. Em 2010, a empresa registrou lucro de R$ 30,1 bilhões, “o maior da história da mineração”, segundo a companhia.
A preocupação é que a mineradora possa orientar suas ações mais para atender aos objetivos do governo, prejudicando os acionistas.